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A mostrar mensagens de novembro, 2010

Hoje sinto-me Bege!

Hoje cumpre-se mais um aniversário do meu regresso de Moçambique. Lembro-me de estar quentinha no avião e de a minha mãe me obrigar a vestir uma camisola de gola alta que não me apetecia nada... E do choque de temperaturas que senti ao sair do avião, do alto das escadas que teria de descer até ao autocarro que nos transportaria para o aeroporto. O meu nariz tornou-se vermelho do frio que sentia. Estavam 7 graus no aeroporto da Portela. E a sensação de frio intenso, a correspondência aos 7 graus Celsius, o dia lindo de sol que se fazia sentir, são algumas das recordações que transportarei dentro de mim. Depois veio o choque da entrada num mundo estranho, que me era estranho, tão distante e tão diferente do mundo quente e colorido que eu deixara para sempre em Moçambique. E a saudade, aquela imensa saudade da minha casa, dos meus amigos, da minha escola, do meu primeiro namoradinho, daquela segurança que a felicidade nos dá seja lá onde for... Começou a abrir-se para mim a porta de e

Hoje sinto-me Rosa Choque!

Ontem não comi chocolate! Yupiii! E hoje comecei o dia a ouvir, sim, com estes que a terra há-de comer (que horror, que imagem!) que a Irlanda está pior do que nós! E que toda a gente na Europa sabe! Yupiiii! E que o mundo inteiro também! Um duplo yupiiii! E que nós somos muito bons! O nosso governo é o maior! Os partidos do centrão estão a entender-se na discussão "da especialidade", seja lá o que isso for (eu tenho para mim que estão a "especializar-se" em nos lixar a vida, mas eu, claro está, não percebo nada de "especialidades"...). Não conheço a Irlanda, mas tenho dificuldade em acreditar que esteja pior do que nós. Onde eu acho que nós somos mesmo, mesmo MUITO BONS, é em tapar o sol com a peneira... Posso estar a ver mal a coisa, mas se todo o mundo acreditar que a Irlanda está pior, nós deveríamos acreditar que estamos melhor do que a Irlanda... Certo? Então porque é que não acreditamos? Ou, reformulando, porque é que EU não acredito? Pois, já s

Hoje estou Azul Petróleo!

Acho que engordei uns quilos! Ou então inchei... Ou talvez tenha aumentado de peso... Ou de diâmetro... Ou de volume... Algo cresceu em mim, e não foi o cabelo! Tenho esta estranha vontade de atacar os chocolates que, ainda que negros, possuem calorias... E manteiga de cacau, que é assim uma espécie de gordura... Mas tenho vontade de comer chocolate preto. Muita vontade! Talvez seja da fraca luminosidade que se faz sentir agora, em pleno Outono... Ou talvez seja porque o cão está a olhar... Não, não era isto... Isso era um anúncio... Mas algo se passa. É certo que a luminosidade diminuiu, é certo que estamos avançados no Outono, é certo que nos aproximamos a passos largos do Inverno... Mas esta vontade de comer chocolate preto não vem assim do nada... Eu sei que a maldita aparece quando algo em mim não está bem... Sei que a minha "fome" por chocolates é emocional, o que quer que isso signifique. Bolas, fome emocional não pode ser bom, será que também há anorécticas emoci

Hoje sinto-me Amarela!

Na verdade, não sei de que cor me sinto. Estou ainda meio anestesiada do fim de semana, que passei a hibernar. Tinha sono. Muito sono. E estava também um pouco zangada. Muito zangada. Por coisas que não controlo, não domino e, como tal, não posso fazer nada para mudar. Pelos impostos que tenho de pagar. Pelo ordenado que não me pagaram. Pela crise que não sei se existe... Por não ter os meus filhos comigo. Por não ter os meus pais comigo. Por sentir uma tremenda solidão que não sei como combater a não ser dormindo, escondendo-me de um mundo do qual me apetece fugir de vez em quando, nem que seja em sonhos... Por me apetecer comer chocolate em doses pouco saudáveis. Por me apetecer fazer disparates e não poder... Por nem sequer saber o que me apetece... Por tudo e por nada... Depois de ter passado o sábado a dormir, à noite deitei-me cedo "para poder dormir" (duuuhhhh?). E eis que cheguei à cama às oito da noite, cansada, moída e, incrível, cheia de sono! Mas achei que era

Hoje sinto-me Laranja!

É sexta-feira! Despedi-me dos meus bebés com o coração apertadinho, como sempre enfrento as despedidas. É dolorosa a separação, sei que o é para mim e também acredito que seja para eles. Os psicólogos, psiquiatras, técnicos ligados à pediatria, pedagogia e quase tudo o mais terminado em "ia" dizem que "é preferível para as crianças terem pais separados em vez de serem confrontados com discussões e batalhas conjugais". Estou de acordo em que, de facto, não é saudável armar uma batalha conjugal diária na frente das crianças, e isso parece-me óbvio. Afinal que imagem se pretende passar do que deve ser (ou é) uma relação a dois? As crianças precisam, acima de tudo, de segurança. Precisam de saber que o ambiente em que vivem é seguro, pode ser dado como "certo", sobretudo numa era em que nada é certo, nada é eterno, nada é seguro, pelo menos não da forma em que sabemos que "isto é meu", "isto está aqui, haja o que houver". E, claro, preci

Hoje sinto-me Rosa!

Convocaram-me para a reunião. Confirmei a minha presença. Não sabia ao que ia, mas sabia que iria estar entre amigas, isso bastava. No dia marcado, à hora marcada, compareci. Ao mesmo tempo chegou a Fernanda, uma respeitável senhora que terá à volta dos seus 60 anos... O que não interessa, afinal a idade é um daqueles números que praticamente não serve para nada, nem acrescenta nada à nossa felicidade, assim mais ou menos como o nosso peso... Mas adiante! A reunião era na casa da Sónia, que nos recebeu com a sua boa disposição habitual. Pouco depois chegou a Carla, uma brasileira animada que declarou de imediato que, caso lhe tentassem impingir Tupperware ou a Bimby, ela iria embora... Eu fiquei atenta, mas não percebi. Afinal tratava-se de uma reunião "secreta", com objectivos reservados... Afirmei energicamente que só estava ali porque me tinham prometido uma tarde de sexo selvagem e descontrolado... Muito longe de saber o que iríamos tratar... As outras olharam-me com

Hoje sinto-me Cinzenta!

Tenho uma ambivalência de sentimentos para com o Facebook... Se, por um lado, tenho conseguido reencontrar muita gente que havia perdido ao longo do tempo, das viagens, do mundo (Graças a Deus pelos amigos reencontrados!), por outro lado não me interessa um chavo que a Maria tenha perdido uma vaca e que o João esteja a cultivar tomates... Diria, até, que, além de não me interessar nada esse tipo de actividades "rurais" (sou uma mulher da cidade, ok?), a mesma me irrita profundamente... Sim, sou exagerada, mas quero lá saber das vacas perdidas, dos morangueiros alagados (ou mortos de sede), dos tomateiros com bicho (perdoem-me a ignorância, mas realmente não sei, nem me interessa em absoluto, saber nada sobre estes temas "mundanos"). O que eu quero saber quando, raramente, diga-se de passagem, penetro no mundo oculto da minha rede de "amigos" é, precisamente, saber como estão os meus "amigos". E isto resume-se exactamente ao seguinte: Quero sab