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A mostrar mensagens de 2011

Hoje sinto-me... Coral!

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Hoje lembrei-me da teoria de alguém que defende que a mulher é gato e o homem é cão. Sim, como se não bastasse que os homens fossem de Marte e as mulheres de Vénus, ainda têm de ser como cão e gato… E no entanto gosto de me identificar com os meus amigos felinos – é mais fácil ver-me como gato do que como cão… Quero dizer, gosto deste lado meu que é livre quanto baste, que gosta de dar as famosas marradinhas sempre que quer miminhos, de ronronar sempre que se sente confortável e acarinhado e que… Dá meia volta e desaparece quando acha que já basta… Sim, tenho um lado gato bastante desenvolvido… Também gosto de brincar ao gato e ao rato, quando é possível, ou me deixam, ou me provocam o suficiente… E há um lado em mim que me instiga para a caça e me mantém atenta a todos os outros animais que revoluteiam perto de mim. Nunca concordei com a teoria de que “os gatos são falsos” ou que “não conhecem o dono”. Claro que os gatos não são falsos, e claro que conhecem o dono. E a dona. E a casa

Hoje sinto-me... Lilás!

Hoje apetece-me dizer-te que despertaram em mim emoções há tanto tempo soterradas que julguei que pudessem estar mortas... Sim, sei que não sabes nem imaginas, afinal nem sequer nos conhecemos, apenas suspeitamos que existimos algures num ponto infinito... Temos de existir, e temos de ser dois para que tudo faça sentido... De outro modo, nada faria sentido e as nossas vidas não passariam de uma breve transição por esta estação terrena... Mas eu sei que tudo faz sentido, sei que não há tal coisa a que vulgarmente se chama "obra do acaso", tudo acontece com um determinado propósito, e esse propósito impulsiona-nos um para o outro, ainda que estejamos em planetas diferentes, em lugares distantes e sem sabermos sequer da existência um do outro. É apenas uma questão de tempo até que nos encontremos... Eu estarei aqui, quietinha, à tua espera. Tenho a certeza de que, neste preciso momento, o Universo está a conspirar a nosso favor. Só assim consigo acordar todos os dias dispost

Hoje sinto-me Cor-de-Rosa!

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Já acabou o Natal… O mundo de sonhos que as crianças transportam consigo ficará agora adormecido até ao próximo ano, em estado latente, como se hibernasse até uma próxima oportunidade… É assim com o Natal! É assim com o dia de aniversário! É assim com a aproximação de um qualquer evento que nos cause emoção e alegria. E que nos traga expetativa, muita expetativa… “ Será que?...” Mas o Natal, como qualquer outro evento, chega e depressa vai… E, quase sempre, a emoção sofrida por antecipação acaba por não corresponder à emoção vivida no momento… Por excesso, às vezes, ou por defeito, na grande maioria das situações. Tristemente, acontece o mesmo com o casamento. Acabamos por dar mais importância a uma cerimónia de curta duração, muito pouco representativa perante a enormidade da relação que é suposto, essa sim, construir-se e solidificar-se ao longo do tempo… Afinal somos como as crianças: esperamos demasiado de um evento que, por si só, acaba por valer muito pouco se comparado com a dur

Hoje sinto-me... Azul!

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Hoje apetece-me chorar! Não aquele tipo de choro em que temos vontade de nos desfazermos em lágrimas… Não… Nada disso! Apenas o tipo de choro silencioso, das lágrimas que resvalam sem ninguém, nem mesmo eu, me aperceber… Que deixam um sulco suave mesmo pelo meio da cara, esborratando ligeiramente a (pouca) maquilhagem, avermelhando um pouco a pele, irritando os olhos, esses, sim, que sempre ficam um bocado inchados, traindo a máscara que sempre apresento… Será da proximidade do Natal? É uma quadra que sempre mexeu comigo… E agora sinto-a mais, com mais intensidade desde que me tornei mãe… Não consigo evitar sentir-me assim… Apetece-me abraçar todas as crianças do mundo, dar o meu coração para que o agarrem e sintam todo o amor que tenho para dar… Se ao menos o meu coração pudesse falar… Se o pudesses ouvir… Mas hoje estou triste! E é de tristeza que me apetece chorar. Porque não me sentes. Pelo muito que eu sinto, ou julgo sentir, porque certezas não há, nada é certo nesta vida a não

Hoje sinto-me... Castanha!

Esta estranha sensação de não pertença a lugar nenhum, a de que provavelmente estarei deslocada em qualquer meio, qualquer ambiente, qualquer sítio… Olho à minha volta e procuro pontos de referência… Algo que me seja familiar… Algo que me dê aquela magnífica sensação: “é aqui que quero ficar! Para sempre…” Mas na verdade só me apetece fugir… De qualquer sítio, qualquer espaço, qualquer coisa… Sabes, este é o meu pequeno segredo: estou só, sinto-me só neste mundo, apesar de me sentir sempre rodeada de gente. No fundo não passo de uma ilhota, uma pequena ilha isolada e cheia de potencial, mas insuspeita no meio do oceano infinito… Habitada apenas por corvos e abutres, o tipo de aves de mau agoiro que formam parte dos fantasmas que transporto comigo... Não quero transmitir nenhuma destas sensações… Não quero dar a perceber que não estou bem em lugar nenhum, não faço parte de nada e sinto-me sempre apartada de tudo o que é intimidade… Parece que nada disso é para mim… Parece que sobro

Hoje sinto-me... Lilás!

Hoje lembrei-me dos ombros. Gosto de ombros, não tenho culpa, adoro ombros... Há quem goste de outras partes do corpo, quem aprecie as mãos, o recorte da nuca, a curvatura da coluna, os olhos, tanta coisa para apreciar num homem... Mas eu contento-me com a contemplação de uns bons ombros, de preferência largos, suficientemente largos para poderem suportar o peso da minha cabeça. Ah, não há como um ombro amigo para consolar as dores que trago comigo. Um sítio para me aninhar, uns braços para me abraçar... Agora apetecia-me mergulhar em voo picado num dos teus ombros... Sabes, gosto dos teus ombros... Acho que nunca te disse. Mas também há tanta coisa que nunca te disse, esta será apenas mais uma que ficará por dizer. E detenho-me a pensar por onde andarão agora esses ombros a passear-se, se aninharão entre eles outra cabeça, outro corpo, outras dores... Que bom seria que, um dia, os teus ombros me oferecessem abrigo! E eu não hesitaria, decerto deitaria a minha cabeça, devagarinho,

Hoje sinto-me... Cinzenta!

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E pronto! Já acabou! Hoje é o dia seguinte! Não sei se serão todos como eu, mas sinto-me sempre como uma espécie de saco esvaziado de conteúdo após um acontecimento marcante na minha vida… Assim como se, após o objetivo alcançado, não restasse mais do que a mera recordação do que foi… Mas que agora já é passado! Esta sensação é válida para quase tudo na minha vida: foi assim com o nascimento dos meus filhos, foi assim com o lançamento dos meus livros! É como se, após um grande momento de realização pessoal, a minha vida se esvaziasse de sentido… Pelo menos até encontrar um outro grande objetivo para concretizar… Isto é estúpido, verdade? A minha mãe costuma dizer que “o melhor da festa é esperar por ela” … E eu achava que não, sempre achei que não podia ser, o melhor da festa tem de ser a festa em si, como é evidente! E, no entanto, entendo tão bem o significado da frase… Apesar de a “festa” ser boa, apesar de o momento vivido ser especial, uma vez acabado, ficamos com uma espécie d

Hoje sinto-me... Laranja!

Não me deves nada, não te devo nada. E, no entanto, senti uma picadinha, uma dor que mal consigo descrever, uma espécie de pontada no coração… Dói-me sempre que me ignoras, dói-me sempre que tenho de te ignorar. Porque não é essa a minha natureza, apenas me limito a jogar o jogo o melhor que sei e posso. Mesmo que para isso me tenha de sufocar, ainda que saiba que me vai doer, que poderá doer-te também… Mas tem de ser assim. É estranho, achei que o tempo iria refinar a arte do jogo… Triste ilusão, porque na prática o que aconteceu foi que cada vez me custa mais… Sabes, não é que não saiba jogar, mas agora não me apetece muito… Preferiria ser eu mesma, mostrar-me na minha fragilidade, dar-me de coração aberto… Porque é assim que eu sou! E, no entanto, continuo a jogar… Continuo a fingir a arte da sedução, tentando extrair prazer de pequenos momentos em que me sinto bem sucedida… Cada vez mais raros, cada vez mais escassos, cada vez mais intensos… E passageiros, como tu também és na m

Hoje sinto-me... Amarela!

Quero dar-te o mundo! Se não o mundo inteiro, pelo menos o meu mundo! Quero dar-te o que puder do meu mundo interior. Quero poder partilhar contigo o que tiver de mim para partilhar. Isso inclui sentimentos, pensamentos, dores, amarguras, tristezas, alegrias, vivências, experiências. Tenho tanto para te dar! Se tu soubesses… E, no entanto, amordaço-me todos os dias um pouco… Não por orgulho, já há algum tempo que deixei que o orgulho caísse nas minhas prioridades de vida… Não por medo, o medo já não me tolhe os movimentos, aprendi a arriscar. Até porque, quando se arrisca, o pior que nos pode acontecer é ouvir um redondo e sonoro “não!”. E esse estará sempre garantido à partida. Nem sequer por vergonha, essa potente inibidora de vontades, em nome da qual se perdem extraordinárias oportunidades de vida. Então, porquê? Detenho-me nesta pergunta, sem ousar verbalizar a resposta… Sabes, acho que temos tanto em comum… Ou então imaginei tudo isto, e não há nada, absolutamente nada e

Hoje sinto-me... Verde!

Comecei a afastar-me de ti quando percebi que só estavas interessado em manter um relacionamento à distância (por internet ou SMS e/ou ambos). Não estou interessada em relacionamentos desse tipo, e pensei que o soubesses... Uma vez disseste-me que " nós mal nos conhecemos " e apeteceu-me muito, na altura, dizer-te que a culpa era tua. Ninguém se conhece por SMS. Ninguém se conhece pela internet. Mas a ti isso parece bastar. A mim não! Preciso de amigos que saiam comigo, nem que seja para ir ao cinema, ao teatro, ou tomar um café. Que falem comigo, que estejam comigo. Que olhem para mim, me encarem olhos nos olhos, e me digam exatamente o que pensam. Tu nunca mostraste disponibilidade, nem sequer interesse, em manter esse tipo de relacionamento. E, lamento muito, eu não tenho disponibilidade para me relacionar com pessoas só à distância. Nem interesse, nem vontade. É claro que eu tenho filhos, o que limita um pouco a minha disponibilidade. Mas é só um pouco, porque eles es

Hoje sinto-me... Azul!

Gostei das botas! Encomendei-as! Tinham muito bom aspeto, além de a marca também estar associada (pelo menos na minha cabeça!) à qualidade. Com a minha estranha mania de andar sempre à chuva, apanho molhas em cima de molhas, e preciso de umas botas à prova de água… E de lama… E de frio… E que me permitam fazer as minhas longas caminhadas! Aquelas tinham bom aspeto, um salto adequado, resistentes à chuva e ao frio, com pintas de leopardo para eu poder “soltar a fera que há em mim”… Quase tudo a favor! Como é meu hábito, encomendei o número acima do meu, já calculando que iria usar meias grossas, eventualmente colocar as calças dentro das meias, e meias e calças dentro das botas… Preciso de espaço, as minhas pernas não são exatamente magrinhas… São robustas, como eu! As botas chegaram! Ainda pareciam mais bonitas do que no folheto! Fiquei encantada, cheia de vontade de as experimentar; mas tive de esperar até à noite para o fazer. E no dia seguinte, surpresa: chuva! Assim só para var

Hoje sinto-me... Negra!

Os hospitais são desagradáveis! Recordam-nos a nossa condição de mortais, que tanto gostaríamos de esquecer… Sei que tenho a tendência para evitar todo o tipo de hospitais. Por pura cobardia! Detesto o cheiro, o típico cheiro a assepsia que domina um hospital. Detesto a brancura, tanta brancura que associo (vá-se lá saber porquê!) à morte! Tenho tido poucos familiares internados em hospitais, felizmente! Eu própria só raras vezes lá estive, duas das quais para dar à luz os meus filhos! Esses são os acontecimentos felizes! Da terceira vez nem vale a pena falar… Foi um acontecimento infeliz, muito infeliz, e que resultou numa lavagem ao estômago… Dessa vez guardo poucas recordações, digamos que vivi uma espécie de sonho mau, muito mau… Não gosto de fazer visitas aos hospitais! Tento esquivar-me o mais que posso, e para isso rodeio-me de uma série de desculpas mais ou menos plausíveis para terceiros, mas que eu, sei-o bem, reconheço intimamente não passarem de desculpas… Indesculpáve

Hoje sinto-me... Vermelha!

Esta noite sonhei contigo… O que é estranho, afinal não passas de algo longínquo na minha vida! E foi um sonho tão bonito: sonhei que te tinha telefonado, estando já à porta da tua casa. Queria fazer-te uma surpresa! E tu não sabias de onde eu te telefonava, e pensaste que eu estava longe, tão longe, noutro país, separados por um enorme oceano… Separados por tantos anos… A ligação caiu: deixei-a cair de propósito porque queria falar pessoalmente contigo… Tanta coisa que ficou por dizer, tanta coisa que queria partilhar contigo, tanto tempo que já passou… Por onde começar? No meu sonho senti o teu desespero por não conseguires falar comigo, por mais uma oportunidade perdida, uma mais no mar de oportunidades desperdiçadas ao longo de todo este tempo… Fiquei ali, na ombreira da tua porta, quietinha, a escutar, a sentir o que sentiria quando te visse, quando por fim te pudesse abraçar, uma vez, só uma vez mais… Poder encostar a minha cabeça no teu ombro largo e acolhedor, e cheirar-te

Hoje sinto-me... Denim!

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Caminho à chuva, saboreando lentamente as gotas que se misturam com as minhas lágrimas... Não sei quando foi que me tornei uma fanática admiradora da chuva, mas sei que aproveito a tristeza do tempo para a misturar com a minha própria, para descarregar o que tenho de emoções negativas dentro de mim... Choro quando chora o tempo... Parece simples, não? Já praticamente não guardo lágrimas dentro de mim! Não porque o meu coração tenha secado, acho que isso não acontecerá nunca, mas porque aprendi a direcionar as minhas emoções para coisas mais positivas, como escrever, tricotar compulsivamente, pintar ou, até, caminhar durantes longos períodos, durante os quais aproveito para meditar sobre o que me aflige. Chorar tornou-se uma raridade, enquanto rir é algo que faz naturalmente parte de mim. Aprendi a substituir os sentimentos negativos por emoções positivas, mais ou menos quando descobri que as pessoas fogem das pessoas com problemas, das pessoas constantemente deprimidas, das pessoas qu

Hoje sinto-me... Amarela!

Lembrar-me de ti está no espaço vazio que todos os dias deteto ao fazer a cama, sempre tão perfeita do teu lado… Está nos petiscos que ambos partilhávamos com prazer, e que agora partilho com outras pessoas. E sei que poderás igualmente partilhar momentos com outras pessoas, mas o sabor nunca mais será o mesmo. Eu fazia-o com amor e dedicação, lembras-te? E continuo a fazê-lo, tu é que jamais o provarás de novo… Às vezes penso que me fazes falta nas pequenas coisas domésticas, como pôr a louça na máquina, fazer café para dois… Ler o jornal numa esplanada cheia de sol, passear com as crianças à chuva, sentindo o odor da terra molhada… Mas sei que não sinto a tua falta quando me insultavas por não poderes insultar-te a ti mesmo. Quando gritavas que me ias matar, que me odiavas e crescias para mim, fazendo-me encolher e temer pela minha vida… Quando a tua mão se ergueu para mim, eu senti que o meu mundo perfeito, tal como o conhecera até ali, tinha desmoronado… Nada mais seria como ant

Hoje sinto-me... Cinzenta!

Esta foi uma semana de desafios! E hoje, que ela chega ao fim, eu sinto-me com a síndrome do “saco vazio”, que é a sensação que nos fica depois de termos dado à luz… Após 9 intensos meses, em que gerámos, cuidámos, alimentámos e sentimos desenvolver nas nossas entranhas algo que é um produto de nós mesmos com personalidade e vida próprias, fica-nos apenas os despojos de uma barriga que gerou vida e que agora parece jazer, inútil e estéril, dentro de nós… Sim, é esta a sensação que tenho todas as sextas-feiras, quando me despeço dos meus filhos e os vejo “migrar” para a casa do pai… A mim resta-me o eco que eles me deixam em casa e no coração, e a necessidade de me ocupar de mim própria, de cuidar de mim mesma com carinho, de me mimar com e como puder. Mas esta foi sem dúvida uma semana de desafios! O Miguel trouxe para casa o recado de que tinha adormecido nas aulas… A notícia deixou-me de rastos! O meu filho adormeceu e a professora assinalou que “o sono das crianças deve ser resp

Hoje sinto-me... Laranja!

O meu Alexandre marcou um golo! Estou tão orgulhosa! E ele também, claro. Parece que já percebeu que ser disciplinado compensa. Que o trabalho de equipa é a melhor resposta para alcançar resultados. “Mamã, tens de ficar lá a ver porque eu posso marcar golo e quero que tu vejas!” , foi o que me disse com a determinação que o caracteriza. E eu fiquei, claro! Com o Miguel, a assistir ao treino de aquecimento (em que também marcou golo) e depois ao jogo em si. Apesar do tempo, horrível, tenebroso, da chuva que caía implacavelmente, aqueles meninos portaram-se todos como verdadeiros campeões, com uma garra e determinação que muitas vezes falta aos verdadeiros campeões… Tive o prazer de ouvir os comentários da claque da equipa adversária: “estes miúdos jogam muito melhor do que eu supunha!”… Fiquei tão orgulhosa! A equipa adversária tinha uma claque organizada, bastante barulhenta, mas nem isso desanimou os nossos pequenos campeões, que ganharam por 4 a 2. Derrapavam no chão escorreg

Hoje sinto-me... Rosa choque!

Desculpa! Por favor desculpa-me. Não te quis perturbar, não te quero angustiar, não te vou influenciar... Só te quis conhecer! Acima de tudo, não quero fazer a ninguém o que me fizeram a mim. O que, basicamente, significa que não trairei só porque fui traída! Acredito no karma! Acredito que pagaremos tudo aquilo que fazemos, por isso tento apenas praticar o bem. E, no entanto, algo me arrastou para ti... Senti que não foi só obra minha... Há quem lhes chame forças superiores... Também há quem lhe chame tentação... O que foi, não sei... Mas, se culpada sou, foi de me ter deixado levar sem oferecer resistência... Apenas me deixei escorregar confortavelmente até ti, porque me inspiras segurança... Sabes, apetece-me por vezes ter um ombro amigo para recostar a cabeça cansada. Ter uma mão carinhosa para agarrar no cinema. Poder trocar comentários sobre as coisas mais banais, sobre as coisas mais sérias, sobre o que me ocorrer... Coisas simples, coisas pequenas, coisas serenas e  tranqu

Hoje sinto-me Amarela!

Um salto no escuro Um salto no escuro, Uma pedra, um furo, Um desejo escondido, Uma cova, um abrigo, Nada de nada, Uma vida estouvada! Cair, levantar, Terminar, começar, Perder e ganhar, Dormir e sonhar, Nada de nada, Uma vida passada! Onde vou não te vejo, Loucura, desejo, Querer-te agarrar E ver-te partir, E nada de nada, Uma vida amargada! Uma casa, uma estrada, Um destino, pousada Um planeta ou cometa, Uma estrela caída, E nada de nada, Uma vida sofrida! Tateio, procuro Uma mão no escuro Que me faça sorrir, Que me faça sentir, Mas nada de nada… Uma vida acabada!

Hoje sinto-me Laranja!

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Hoje cruzei-me com um “cãozinho de bolso”, como eu lhes chamo, aquele género de cães com muito pelo e franjinhas, que por vezes têm totós a prender-lhes a franja… Não, este não tinha totós! Não costumo simpatizar muito com “amostras de cães”, na verdade aprecio mais um cão “verdadeiro”, grande, de preferência pastor, com instinto protetor. Como digo muitas vezes, para ter uma amostra de cão, mais vale ter um gato… Que é, efetivamente, o que tenho. Regressando ao cãozinho de bolso, achei-lhe graça porque vinha solto, ao lado do dono, que trazia um outro cão de bolso por uma trela. Mas o nosso franjinhas vinha sem trela, muito garboso e saltitante, com um ar feliz e obediente ao pé do seu dono. Achei-lhe graça! E sorri-lhe! E o cãozinho olhou para mim, e manteve o olhar, e prosseguiu a sua caminhada (e eu também), sempre sustentando o meu olhar. Tenho a certeza de que também me sorriu! E eu sorri-lhe de volta! Não passou de um breve episódio, mas foi um breve episódio que me deixou

Hoje sinto-me Lilás!

A estrela Sou uma estrela Que brilha sozinha Na noite escura! E brilho com tal luz Que o meu brilho seduz Quem me procura… E continuo a brilhar, Como estrela que sou Na noite, sempre só Para tudo iluminar Buscando na noite O amor que perdura… Mas quem me procura Não pretende mais que luz… Não tem brilho nem reluz, Não se quer aproximar, Só me quer admirar A brilhar na noite escura…

Hoje sinto-me... Amarela!

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Gosto de pensar que estou a educar crianças equilibradas e felizes! Sim, gosto muito de pensar assim… Mas confesso que às vezes sou assaltada por pensamentos um pouco menos nobres, aquele tipo de pensamentos em que, nos meus diálogos interiores, me fustigo por estar a falhar como mãe em todas as frentes… Esses não são, obviamente, os meus melhores momentos… Deixo-me ir abaixo, permito-me fraquejar no controlo das minhas emoções, apetece-me chorar baba e ranho, arrepelar os cabelos, gritar como se estivesse possuída por algum demónio estranho e indomável… Este foi um desses fins-de-semana em que me fustiguei intensamente. Sim, pelos meus filhos, sim. Após as birras que o Miguel me fez no sábado, logo ele, que nem sequer é muito disso, tive de lidar no domingo com o comportamento indisciplinado do Alexandre, que acabou por ser expulso do torneio de futsal por agressão a um dos jogadores da equipa adversária… Isso apesar de o outro jogador ser muito maior, muito mais forte e, ao que tu

Hoje sinto-me Castanha!

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Gosto de perfumes sensuais. Orientais, amadeirados, almiscarados, chamem-lhes o que quiserem, eu tendo a gostar… Obviamente desde que não sejam demasiado frutados, demasiado enjoativos, demasiado adocicados, demasiado florais, nem sequer demasiado… Coisa nenhuma! Não suporto nada que seja demasiado… Há alguns anos atrás percebi que as minhas tendências para perfumes não eram exatamente iguais às da minha irmã (que adora florais doces e intensos!) nem às da minha mãe (que adora os frutados doces e intensos!)… E percebi que os nossos gostos diferiam porque invariavelmente os perfumes delas me provocavam dores de cabeça, daquelas aborrecidas e perenes dores de cabeça que não sabemos a que atribuir… Até que um dia, aborrecidinha, entrei numa perfumaria e mantive uma longa conversa com a empregada da loja, que teve a lucidez e o profissionalismo suficientes para me demonstrar o tipo de perfume/água-de-colónia/aroma com o qual eu me identificava. E fiquei maravilhada! Devo dizer que jamai

Hoje sinto-me Cinzenta!

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Sinto falta da emoção de um toque de mão, do arrepio de frio, da emoção da paixão… Sim, confesso que sinto falta. Há pessoas que passam pela vida sem experienciar este tipo de emoções. E tenho pena, tenho mesmo muita pena de todos aqueles que nunca passaram por isso… Noites sem dormir, dias sem comer, porque ela, a energia da paixão, basta para nos alimentar… Quem nunca viveu este estado? Oh, sim, sinto falta disso… Das borboletas na barriga, do friozinho no estômago, e a dúvida, sim, aquela dúvida… Será que… É recíproco? Será?! Pois é, ninguém vive apaixonado a vida toda… Até porque a vida e a paixão são incompatíveis: ninguém aguenta a vida toda sem comer e sem dormir, energizado pela paixão… O que é pena, diga-se, porque em momentos de crise seria mesmo muito, muito útil! Mas não, a paixão é passageira… Ela tende a passar depressa, talvez mais depressa do que seria desejável, e por vezes sem nos deixar nada em troca... São assim as paixões (de verão ou não)! Passageiras! Em a

Hoje sinto-me... Verde!

Ele olhou para ela, e o seu olhar amaciou-se… Ela olhou para ele e sorriu! Como que por magia, o dia melhorou para ambos. Bastou um olhar e um sorriso para aquecer dois corações. Ninguém deu o primeiro passo… Cada um se dedicava a imaginar o que o outro estaria a pensar relativamente a isso… E isso bastava para encher o dia-a-dia! Mas… Bastaria?! Havia algo que enchia o ambiente daquela tensão, aquela mística que se cria quando duas pessoas se sentem próximas ainda que distantes… Há quem lhe chame o “clic”… Há quem lhe chame atração… Há quem lhe chame imaginação… E não havia certezas, oh não, certezas não existem quando duas pessoas se cruzam… Só havia uma imensa riqueza de sentimentos, de emoções que afloravam e logo se sufocavam, a bem do decoro, em prol da preservação de um possível investimento mal sucedido, para evitar maus juízos ou algo que se poderia pensar… Eventuais diálogos, a ocorrer, seriam sempre superficiais, quase fúteis e estéreis, reduzidos a temas de trabalho ou

Hoje sinto-me Lilás!

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Aprecio os anúncios publicitários que enfatizam a felicidade! São disso exemplo marcas como a Coca-Cola e a italiana Chicco. É certo que direcionar a coisa para a felicidade é apenas mais uma forma de manipulação, mas antes manipular com felicidade do que com desgraça… É que não há quem aguente tanta crise! A Chicco incorporou a felicidade nos seus valores, enquanto a Coca-Cola espalha felicidade através da divulgação de histórias e receitas felizes. As mensagens de felicidade são importantes e, como diz a Chicco, “ ajuda as crianças a crescer ”. Ora, se crescerem felizes, tanto melhor. Porque é sabido que vão crescer, ora se vão. A nós, pais, nada nos dá maior prazer do que saber os nossos filhos felizes! E é por isso que me preocupo com a felicidade que eles possam sentir quando vão à escola, porque a escola é afinal o sítio onde passam a maior parte do seu tempo! E deve ser muito mau passar a maior parte do nosso tempo não estando feliz… Por isso achei que devia partilhar esta

Hoje sinto-me Laranja!

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E já lá vão 9 anos... O meu bebé pequenino faz hoje aninhos e em breve deixará de ser o meu bebé pequenino... Como ele próprio diz: "mamã, não sou bebé". Ao que eu lhe respondo que ele andou na minha barriga, logo será sempre o meu bebé... Um dia muito feliz, meu menino! Ao meu amor Alexandre Foi a 23 de Setembro De há já 9 anos Que te vi nascer… E ainda me lembro Daquele bebé lindo A quem chamei Alexandre! Meu amor querido, O teu nome foi escolhido Com muito carinho E é grande como tu, Alexandre! Alexandre, O teu nome é grande, Como tu, meu filho, Também um dia serás, Acreditando em ti! E pela vida fora Terás sempre de lembrar Que tens de desejar, Que tens de acreditar, Sempre e a toda a hora. E eu vou estar aqui, Sempre ao pé de ti, Ensinando-te a sonhar, Deixando-te pensar, Deixando-te escolher, Ajudando-te a crescer… E um dia, meu querido, Tu vais entender A grandeza do teu nome, Espelhada no teu ser. E então vais saber Que já

Hoje sinto-me Rosa!

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Deus sabe que não aprecio casamentos… Ir a casamentos… Estar em cerimónias de casamento… O que nada tem a ver com o casamento em si, claro! Simplesmente não aprecio os rituais instituídos pela igreja para a celebração do casamento… Ou outras celebrações… Bom, basicamente não aprecio os rituais da igreja. O que nada tem a ver com o facto de se acreditar, ou não, em Deus. E eu acredito, pelo menos acredito num Deus caridoso, compassivo, que me permite que fale com ele e se permite falar comigo em momentos a dois, sem interferência da igreja e seus rituais. Cresci sem grande intervenção dos meus pais na minha formação religiosa. Eles sabiam que eu saberia procurar o meu caminho sem ser empurrada para tal. E um dia, do alto dos meus 6 anos, cheguei a casa e anunciei que queria ir à catequese, queria fazer a minha primeira comunhão! Para os meus pais, foi uma surpresa. Para a minha avó, uma grande alegria. Eu estava a começar a escolher o meu caminho… Fiz a primeira comunhão! Lembro-me

Hoje sinto-me Verde!

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Surpreende-me sempre a capacidade de partilhar a dor que algumas pessoas demonstram. É a isso que se chama empatia, porque empatizar com a alegria é sempre mais fácil do que empatizar com a dor. A empatia é a capacidade de nos identificarmos com os sentimentos dos outros, de nos alegrarmos e nos entristecermos com eles, vivenciando as suas emoções como se fossem as nossas próprias… Há muitos anos atrás, recém-chegada de Moçambique, onde tinha deixado o meu pai e o meu coração, dei por mim fechada num quarto, vendo à janela o dia cinzento, escuro, frio e chuvoso que me tinha recebido em Portugal… Chorei, como o tempo também chorava, cheia de pena de mim, cheia de medos, cheia de saudades, cheia de dor por um tempo maravilhoso que jamais voltaria para trás. Porque o tempo, quer queiramos quer não, nunca volta para trás… E foi então que a minha tia Justiniana, que eu não conhecia, que não me conhecia, que não passava de minha tia por afinidade, entrou no quarto onde eu chorava sozinha

Hoje sinto-me Denim!

Sem querer bater mais no ceguinho, até porque estamos todos absolutamente fartos de ouvir falar em crise, falar em crise, pensar em crise, o que nos deixa psicologicamente deprimidos e fisicamente desanimados, parece-me oportuno, no entanto, abordar a questão da forma como nós poderemos reagir à dita... E disso não me parece que se esteja a falar o suficiente, senão vejamos: - A quem toca mais de perto a crise? Se retirarmos a esta questão a possibilidade óbvia de resposta ("a todos"), resta-nos uma outra possibilidade, que é a de definirmos uma lista de "prioridades de afectação", no topo das quais aparecem, a meu ver, os jovens e o seu futuro comprometido! E, mais uma vez sem querer bater na mesma tecla, teremos de assumir-nos naturalmente como os principais responsáveis por esta situação em que nos encontramos. Afinal, fomos nós todos que concebemos e formámos estes jovens que hoje saltam para o mercado em busca de um emprego que não existe; e o pior é que lhe

Hoje sinto-me Laranja!

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Acredito nos objetivos! As pessoas têm de ter rumos para saberem para onde se dirigir, para onde ir, o que fazer. Eu sempre tive objetivos, até ao momento em que me puxaram o tapete debaixo dos pés e eu caí para trás, desamparada, desorientada e… sem rumo! Fiquei desempregada! Uau! Numa altura da minha vida em que era preciso serenidade, tranquilidade, segurança, confiança, bem-estar e paz de espírito para consolidar uma situação profissional invejável, ora toma lá, a vida tem outros planos, baralha e dá cartas de novo para que… Despertemos! Levei algum tempo a recuperar do embate, para logo me encher de forças e prosseguir tenazmente. Trabalhei com contrato a termo certo por 6 meses, enquanto à noite, em horário pós-laboral, tirava o curso de Formação para Formadores para ter habilitação para dar formação na minha área de especialidade… Fui bem sucedida, graças a Deus, por isso dei graças, e prossegui com alegria. E um dia, a vida, aquela professora madrasta que tanto nos ensina, m

Hoje sinto-me Amarela!

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Um dia vi-te. Foi por acaso, um desses acasos que se nos deparam e nos fazem pensar se é obra de Deus ou do Diabo… Estavas com ela… Caminhavam sem pressas, de mãos dadas, ela com um sorriso leve no rosto, tu com um ar ligeiramente enjoado, o ar que sempre assumiste quando te empurravam para as compras… Fiquei escondida, a espiar-vos, tentando impedir o meu desvairado coração de me saltar descontroladamente pela boca… Senti-me mal… Pela situação, pelo muito que sofri anteriormente, com o imaginário à solta, pensando como seria ela, o que teria a mais do que eu, se seria mais magra, mais nova, mais bonita, mais inteligente, mais… Qualquer coisa a mais, aquela pitadinha que faz a diferença num qualquer tempero… Mas confesso que fiquei desiludida. Observei-a com atenção, do canto da minha coluna, e achei-a… Porque não dizê-lo? Vulgar… Nem feia nem bonita. Nem velha nem nova (provavelmente da minha idade…), nem magra nem gorda… Inteligente? Sei que não se vê no rosto… Interessante? Tal

Hoje sinto-me Branca!

Estou saudosista. Hoje deve ser o dia para recordar os bons tempos passados... Deu-me para ouvir e partilhar músicas antigas, de outros tempos, as músicas que ouvia na minha adolescência. E se é verdade que estou saudosista, não é menos verdade que me volto a sentir como se fosse adolescente, com as emoções, as alegrias, os sorrisos e as gargalhadas que eu dava aos 13, 14, 16, 18 anos. A vida passa por nós, mas a essência está cá dentro, guardada e sufocada até ter uma nova oportunidade. E fico feliz por não me ter amordaçado de tal maneira que agora não pudesse recuperar a espontaneidade de expressão que sempre me caracterizou. Não é verdade que tenhamos de ser adultos sérios e sempre alinhados! E é tão bom poder soltar a criança que vive em nós, que tanto nos preocupamos em controlar, quando o que deveríamos era mimá-la e educá-la para ela se sentir sempre feliz. Recuperei amigos de longa data que havia perdido no tempo e na distância. Fico feliz por isso. Por que agora posso ri

Hoje sinto-me Fúcsia!

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O meu bebé faz anos! E eu resolvi deixar-lhe um poema escrito, algo que ele um dia possa partilhar com os seus filhos, com os seus netos, com os seus... Somos temporários por aqui! Há que deixar um legado, algo que fique depois de partirmos. Isto poderá parecer algo mórbido, mas é a mais pura das verdades! Por isso fui almoçar com ele, com os meus pequenotes e o pai dos pequenotes. Não tenho palavras para descrever a felicidade que vi nos olhinhos deles ao ver como a mãe e o pai estavam juntos sem estarem juntos, como conseguimos partilhar um almoço e uma tarde estando todos bem dispostos, alegres, a conversar como se fôssemos... Uma família feliz! Mas a verdade é que parecíamos uma normal família feliz. Ao almoço as crianças estavam histéricas, via-se que transbordavam de felicidade... Haverá melhor para uma criança do que ver a sua mãe e o seu pai a conversar com normalidade, a rir, a tomar conta deles, a educá-los? Há muito tempo que não via os meus filhos assim, e eles são cria

Hoje sinto-me Laranja!

Vivemos numa era em que a beleza conta! O aspecto conta! A imagem conta! "Comemos com os olhos" é uma expressão corrente, embora eu não entenda muito bem porque raio é necessário "comer com os olhos". A boca já me dá bastante que fazer, acreditem, agora imaginem que eu também comia com os olhos, com o nariz, sei lá... Então é que não caberia nas portas! Mas voltando à imagem, o Dr. Oz diz que nós já somos bonitos! Que a evolução que sofremos tem sido no sentido de valorizar o que há de melhor em nós, e a nossa aparência é um dos nossos melhores aperfeiçoamentos. E eu acredito nele, só pode ser verdade. No entanto há coisas que não entendo nesta coisa da beleza. É certo que o conceito de beleza tem algumas variações consoante a cultura em que se insere: é sabido que algumas culturas privilegiam um aspecto mais arredondado, porque o associam a prosperidade e abundância. Outras culturas apreciam a mutilação (veja-se o exemplo do enfaixamento dos pés na China), outra

Hoje sinto-me Azul Turquesa!

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Pintei as unhas de azul turquesa! Estou linda! Pelo menos acho que sim, claro está. De cada vez que abano as mãos (e são muitas as vezes!) salta-me aquele tom de azul para alegrar os meus pensamentos. E descobri que os meus gatinhos também gostam das minhas unhas. A julgar pelo entusiasmo com que me observam e tentam lamber as minhas mãos, acredito que eles gostam... O meu filho mais novo não aprecia... Olhou-me com aquela impertinência típica do seu (mau) feitio, e atirou-me com um provocante "ficas feia com as unhas pintadas!". Eu ri-me. Como poderei ficar feia por causa das minhas unhas lindas? Não pode ser verdade... Mas o meu filhote é assim... Ele lá sabe, do alto da sua consciência estética, o que é bonito ou feio... No Inverno ficou traumatizado com um casaco que eu vestia por casa, de lã grossa, que a bem da verdade não me favorecia nada, mas na minha casa para que precisarei eu de ficar favorecida? "Ficas feia com esse casaco!" foi a frase mais ouvi

Hoje sinto-me absolutamente Rosa!

Estou florida. Sinto-me florida. Está aí a Primavera em toda a sua pujança. Com sol, calor e boa disposição, tudo aquilo a que temos direito (ainda!) sem ter de pagar! Não temos governo, o país enfrenta greves, crises, desemprego... Mas o que é isso comparado com a Primavera? Afinal quem se pode sentir deprimido com um tempo destes? Eu cá não... É verdade que não me tem apetecido escrever... Mas tenho feito outras coisas, pois então! Agora tenho uns gatinhos pequeninos em casa, e eles precisam muito de educação. São tão engraçadinhos! A mamã Beta é uma orgulhosa gatinha que educa impecavelmente os seus rebentos. Posso garantir que ela é uma boa mãe: nunca ralha com os filhos e lidera dando o exemplo: quando ela quer que eles façam o que ela quer que eles façam, ela simplesmente faz... E depois espera! E resulta sempre. Eles vão ter com ela. E eu dou por mim a pensar que toda a gente, todas as crianças, e também todos os pobres adultos que nunca tiveram tão bons modelos, deveriam se

Hoje sinto-me azul ganga!

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O meu pai é o meu herói. Sempre foi, mas é cada vez mais. É daquelas coisas que só melhoram com o tempo, mais ou menos assim como o vinho do Porto. O meu pai corre. Corre muito. E, para mim, correr muito é correr mais do que 1 quilómetro por dia. Mas o meu pai corre mais de 10 quilómetros por dia, todos os dias. Está em forma como poucos jovens, isso apesar dos seus 71 anos, a meio caminho dos 72… E no domingo, como não podia deixar de ser, o meu pai foi fazer a corrida da ponte 25 de Abril, participando na meia maratona e fazendo tempos invejáveis até para qualquer jovem. Fui fotografá-lo ao Dafundo. Ele passou por mim a correr, disse adeus para a fotografia e lá continuou alegremente a sua corrida. Gritei-lhe que o ia buscar aos pastéis de Belém e arranquei para lá de carro. Mas por um daqueles desencontros, ele esperou por mim 10 minutos e decidiu “ir a pé para casa”, o que seria perfeitamente lógico se ele não tivesse acabado de correr 21 quilómetros. Eu procurei, esperei e d