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A mostrar mensagens de novembro, 2011

Hoje sinto-me... Laranja!

Não me deves nada, não te devo nada. E, no entanto, senti uma picadinha, uma dor que mal consigo descrever, uma espécie de pontada no coração… Dói-me sempre que me ignoras, dói-me sempre que tenho de te ignorar. Porque não é essa a minha natureza, apenas me limito a jogar o jogo o melhor que sei e posso. Mesmo que para isso me tenha de sufocar, ainda que saiba que me vai doer, que poderá doer-te também… Mas tem de ser assim. É estranho, achei que o tempo iria refinar a arte do jogo… Triste ilusão, porque na prática o que aconteceu foi que cada vez me custa mais… Sabes, não é que não saiba jogar, mas agora não me apetece muito… Preferiria ser eu mesma, mostrar-me na minha fragilidade, dar-me de coração aberto… Porque é assim que eu sou! E, no entanto, continuo a jogar… Continuo a fingir a arte da sedução, tentando extrair prazer de pequenos momentos em que me sinto bem sucedida… Cada vez mais raros, cada vez mais escassos, cada vez mais intensos… E passageiros, como tu também és na m

Hoje sinto-me... Amarela!

Quero dar-te o mundo! Se não o mundo inteiro, pelo menos o meu mundo! Quero dar-te o que puder do meu mundo interior. Quero poder partilhar contigo o que tiver de mim para partilhar. Isso inclui sentimentos, pensamentos, dores, amarguras, tristezas, alegrias, vivências, experiências. Tenho tanto para te dar! Se tu soubesses… E, no entanto, amordaço-me todos os dias um pouco… Não por orgulho, já há algum tempo que deixei que o orgulho caísse nas minhas prioridades de vida… Não por medo, o medo já não me tolhe os movimentos, aprendi a arriscar. Até porque, quando se arrisca, o pior que nos pode acontecer é ouvir um redondo e sonoro “não!”. E esse estará sempre garantido à partida. Nem sequer por vergonha, essa potente inibidora de vontades, em nome da qual se perdem extraordinárias oportunidades de vida. Então, porquê? Detenho-me nesta pergunta, sem ousar verbalizar a resposta… Sabes, acho que temos tanto em comum… Ou então imaginei tudo isto, e não há nada, absolutamente nada e

Hoje sinto-me... Verde!

Comecei a afastar-me de ti quando percebi que só estavas interessado em manter um relacionamento à distância (por internet ou SMS e/ou ambos). Não estou interessada em relacionamentos desse tipo, e pensei que o soubesses... Uma vez disseste-me que " nós mal nos conhecemos " e apeteceu-me muito, na altura, dizer-te que a culpa era tua. Ninguém se conhece por SMS. Ninguém se conhece pela internet. Mas a ti isso parece bastar. A mim não! Preciso de amigos que saiam comigo, nem que seja para ir ao cinema, ao teatro, ou tomar um café. Que falem comigo, que estejam comigo. Que olhem para mim, me encarem olhos nos olhos, e me digam exatamente o que pensam. Tu nunca mostraste disponibilidade, nem sequer interesse, em manter esse tipo de relacionamento. E, lamento muito, eu não tenho disponibilidade para me relacionar com pessoas só à distância. Nem interesse, nem vontade. É claro que eu tenho filhos, o que limita um pouco a minha disponibilidade. Mas é só um pouco, porque eles es

Hoje sinto-me... Azul!

Gostei das botas! Encomendei-as! Tinham muito bom aspeto, além de a marca também estar associada (pelo menos na minha cabeça!) à qualidade. Com a minha estranha mania de andar sempre à chuva, apanho molhas em cima de molhas, e preciso de umas botas à prova de água… E de lama… E de frio… E que me permitam fazer as minhas longas caminhadas! Aquelas tinham bom aspeto, um salto adequado, resistentes à chuva e ao frio, com pintas de leopardo para eu poder “soltar a fera que há em mim”… Quase tudo a favor! Como é meu hábito, encomendei o número acima do meu, já calculando que iria usar meias grossas, eventualmente colocar as calças dentro das meias, e meias e calças dentro das botas… Preciso de espaço, as minhas pernas não são exatamente magrinhas… São robustas, como eu! As botas chegaram! Ainda pareciam mais bonitas do que no folheto! Fiquei encantada, cheia de vontade de as experimentar; mas tive de esperar até à noite para o fazer. E no dia seguinte, surpresa: chuva! Assim só para var

Hoje sinto-me... Negra!

Os hospitais são desagradáveis! Recordam-nos a nossa condição de mortais, que tanto gostaríamos de esquecer… Sei que tenho a tendência para evitar todo o tipo de hospitais. Por pura cobardia! Detesto o cheiro, o típico cheiro a assepsia que domina um hospital. Detesto a brancura, tanta brancura que associo (vá-se lá saber porquê!) à morte! Tenho tido poucos familiares internados em hospitais, felizmente! Eu própria só raras vezes lá estive, duas das quais para dar à luz os meus filhos! Esses são os acontecimentos felizes! Da terceira vez nem vale a pena falar… Foi um acontecimento infeliz, muito infeliz, e que resultou numa lavagem ao estômago… Dessa vez guardo poucas recordações, digamos que vivi uma espécie de sonho mau, muito mau… Não gosto de fazer visitas aos hospitais! Tento esquivar-me o mais que posso, e para isso rodeio-me de uma série de desculpas mais ou menos plausíveis para terceiros, mas que eu, sei-o bem, reconheço intimamente não passarem de desculpas… Indesculpáve

Hoje sinto-me... Vermelha!

Esta noite sonhei contigo… O que é estranho, afinal não passas de algo longínquo na minha vida! E foi um sonho tão bonito: sonhei que te tinha telefonado, estando já à porta da tua casa. Queria fazer-te uma surpresa! E tu não sabias de onde eu te telefonava, e pensaste que eu estava longe, tão longe, noutro país, separados por um enorme oceano… Separados por tantos anos… A ligação caiu: deixei-a cair de propósito porque queria falar pessoalmente contigo… Tanta coisa que ficou por dizer, tanta coisa que queria partilhar contigo, tanto tempo que já passou… Por onde começar? No meu sonho senti o teu desespero por não conseguires falar comigo, por mais uma oportunidade perdida, uma mais no mar de oportunidades desperdiçadas ao longo de todo este tempo… Fiquei ali, na ombreira da tua porta, quietinha, a escutar, a sentir o que sentiria quando te visse, quando por fim te pudesse abraçar, uma vez, só uma vez mais… Poder encostar a minha cabeça no teu ombro largo e acolhedor, e cheirar-te

Hoje sinto-me... Denim!

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Caminho à chuva, saboreando lentamente as gotas que se misturam com as minhas lágrimas... Não sei quando foi que me tornei uma fanática admiradora da chuva, mas sei que aproveito a tristeza do tempo para a misturar com a minha própria, para descarregar o que tenho de emoções negativas dentro de mim... Choro quando chora o tempo... Parece simples, não? Já praticamente não guardo lágrimas dentro de mim! Não porque o meu coração tenha secado, acho que isso não acontecerá nunca, mas porque aprendi a direcionar as minhas emoções para coisas mais positivas, como escrever, tricotar compulsivamente, pintar ou, até, caminhar durantes longos períodos, durante os quais aproveito para meditar sobre o que me aflige. Chorar tornou-se uma raridade, enquanto rir é algo que faz naturalmente parte de mim. Aprendi a substituir os sentimentos negativos por emoções positivas, mais ou menos quando descobri que as pessoas fogem das pessoas com problemas, das pessoas constantemente deprimidas, das pessoas qu