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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Hoje sinto-me... Coral!

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Hoje lembrei-me da teoria de alguém que defende que a mulher é gato e o homem é cão. Sim, como se não bastasse que os homens fossem de Marte e as mulheres de Vénus, ainda têm de ser como cão e gato… E no entanto gosto de me identificar com os meus amigos felinos – é mais fácil ver-me como gato do que como cão… Quero dizer, gosto deste lado meu que é livre quanto baste, que gosta de dar as famosas marradinhas sempre que quer miminhos, de ronronar sempre que se sente confortável e acarinhado e que… Dá meia volta e desaparece quando acha que já basta… Sim, tenho um lado gato bastante desenvolvido… Também gosto de brincar ao gato e ao rato, quando é possível, ou me deixam, ou me provocam o suficiente… E há um lado em mim que me instiga para a caça e me mantém atenta a todos os outros animais que revoluteiam perto de mim. Nunca concordei com a teoria de que “os gatos são falsos” ou que “não conhecem o dono”. Claro que os gatos não são falsos, e claro que conhecem o dono. E a dona. E a casa

Hoje sinto-me... Lilás!

Hoje apetece-me dizer-te que despertaram em mim emoções há tanto tempo soterradas que julguei que pudessem estar mortas... Sim, sei que não sabes nem imaginas, afinal nem sequer nos conhecemos, apenas suspeitamos que existimos algures num ponto infinito... Temos de existir, e temos de ser dois para que tudo faça sentido... De outro modo, nada faria sentido e as nossas vidas não passariam de uma breve transição por esta estação terrena... Mas eu sei que tudo faz sentido, sei que não há tal coisa a que vulgarmente se chama "obra do acaso", tudo acontece com um determinado propósito, e esse propósito impulsiona-nos um para o outro, ainda que estejamos em planetas diferentes, em lugares distantes e sem sabermos sequer da existência um do outro. É apenas uma questão de tempo até que nos encontremos... Eu estarei aqui, quietinha, à tua espera. Tenho a certeza de que, neste preciso momento, o Universo está a conspirar a nosso favor. Só assim consigo acordar todos os dias dispost

Hoje sinto-me Cor-de-Rosa!

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Já acabou o Natal… O mundo de sonhos que as crianças transportam consigo ficará agora adormecido até ao próximo ano, em estado latente, como se hibernasse até uma próxima oportunidade… É assim com o Natal! É assim com o dia de aniversário! É assim com a aproximação de um qualquer evento que nos cause emoção e alegria. E que nos traga expetativa, muita expetativa… “ Será que?...” Mas o Natal, como qualquer outro evento, chega e depressa vai… E, quase sempre, a emoção sofrida por antecipação acaba por não corresponder à emoção vivida no momento… Por excesso, às vezes, ou por defeito, na grande maioria das situações. Tristemente, acontece o mesmo com o casamento. Acabamos por dar mais importância a uma cerimónia de curta duração, muito pouco representativa perante a enormidade da relação que é suposto, essa sim, construir-se e solidificar-se ao longo do tempo… Afinal somos como as crianças: esperamos demasiado de um evento que, por si só, acaba por valer muito pouco se comparado com a dur

Hoje sinto-me... Azul!

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Hoje apetece-me chorar! Não aquele tipo de choro em que temos vontade de nos desfazermos em lágrimas… Não… Nada disso! Apenas o tipo de choro silencioso, das lágrimas que resvalam sem ninguém, nem mesmo eu, me aperceber… Que deixam um sulco suave mesmo pelo meio da cara, esborratando ligeiramente a (pouca) maquilhagem, avermelhando um pouco a pele, irritando os olhos, esses, sim, que sempre ficam um bocado inchados, traindo a máscara que sempre apresento… Será da proximidade do Natal? É uma quadra que sempre mexeu comigo… E agora sinto-a mais, com mais intensidade desde que me tornei mãe… Não consigo evitar sentir-me assim… Apetece-me abraçar todas as crianças do mundo, dar o meu coração para que o agarrem e sintam todo o amor que tenho para dar… Se ao menos o meu coração pudesse falar… Se o pudesses ouvir… Mas hoje estou triste! E é de tristeza que me apetece chorar. Porque não me sentes. Pelo muito que eu sinto, ou julgo sentir, porque certezas não há, nada é certo nesta vida a não

Hoje sinto-me... Castanha!

Esta estranha sensação de não pertença a lugar nenhum, a de que provavelmente estarei deslocada em qualquer meio, qualquer ambiente, qualquer sítio… Olho à minha volta e procuro pontos de referência… Algo que me seja familiar… Algo que me dê aquela magnífica sensação: “é aqui que quero ficar! Para sempre…” Mas na verdade só me apetece fugir… De qualquer sítio, qualquer espaço, qualquer coisa… Sabes, este é o meu pequeno segredo: estou só, sinto-me só neste mundo, apesar de me sentir sempre rodeada de gente. No fundo não passo de uma ilhota, uma pequena ilha isolada e cheia de potencial, mas insuspeita no meio do oceano infinito… Habitada apenas por corvos e abutres, o tipo de aves de mau agoiro que formam parte dos fantasmas que transporto comigo... Não quero transmitir nenhuma destas sensações… Não quero dar a perceber que não estou bem em lugar nenhum, não faço parte de nada e sinto-me sempre apartada de tudo o que é intimidade… Parece que nada disso é para mim… Parece que sobro

Hoje sinto-me... Lilás!

Hoje lembrei-me dos ombros. Gosto de ombros, não tenho culpa, adoro ombros... Há quem goste de outras partes do corpo, quem aprecie as mãos, o recorte da nuca, a curvatura da coluna, os olhos, tanta coisa para apreciar num homem... Mas eu contento-me com a contemplação de uns bons ombros, de preferência largos, suficientemente largos para poderem suportar o peso da minha cabeça. Ah, não há como um ombro amigo para consolar as dores que trago comigo. Um sítio para me aninhar, uns braços para me abraçar... Agora apetecia-me mergulhar em voo picado num dos teus ombros... Sabes, gosto dos teus ombros... Acho que nunca te disse. Mas também há tanta coisa que nunca te disse, esta será apenas mais uma que ficará por dizer. E detenho-me a pensar por onde andarão agora esses ombros a passear-se, se aninharão entre eles outra cabeça, outro corpo, outras dores... Que bom seria que, um dia, os teus ombros me oferecessem abrigo! E eu não hesitaria, decerto deitaria a minha cabeça, devagarinho,

Hoje sinto-me... Cinzenta!

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E pronto! Já acabou! Hoje é o dia seguinte! Não sei se serão todos como eu, mas sinto-me sempre como uma espécie de saco esvaziado de conteúdo após um acontecimento marcante na minha vida… Assim como se, após o objetivo alcançado, não restasse mais do que a mera recordação do que foi… Mas que agora já é passado! Esta sensação é válida para quase tudo na minha vida: foi assim com o nascimento dos meus filhos, foi assim com o lançamento dos meus livros! É como se, após um grande momento de realização pessoal, a minha vida se esvaziasse de sentido… Pelo menos até encontrar um outro grande objetivo para concretizar… Isto é estúpido, verdade? A minha mãe costuma dizer que “o melhor da festa é esperar por ela” … E eu achava que não, sempre achei que não podia ser, o melhor da festa tem de ser a festa em si, como é evidente! E, no entanto, entendo tão bem o significado da frase… Apesar de a “festa” ser boa, apesar de o momento vivido ser especial, uma vez acabado, ficamos com uma espécie d