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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

Hoje sinto-me... Azul-bebé!

-      Mamã, onde queres que eu ponha o meu dente? – O meu filho Miguel, do alto dos seus dez anos, precisava de ajuda para mais um dos seus dilemas… E menos um dos seus dentes… Após a queda de um dente, há que lavá-lo muito bem, secá-lo e colocá-lo fechadinho dentro de um saquinho de pano que se coloca com delicadeza debaixo da almofada… Ora, toda a gente sabe disso… E depois vem a fada dos dentes e leva o dente (por isso ele tem de estar bem lavadinho! Não queremos impressionar a fada dos dentes “oferendo-lhe” dentes sujos e com restos de sangue…) e, em troca, deixa uma moedinha… Simples, não? Os meus filhos têm esta tradição da fada dos dentes… É um bocadinho de magia que lhes deixo no ar, enquanto for possível conservar a sua inocência… Mais ou menos ao estilo do Pai Natal… E não, não tenho remorsos nem pesos na consciência por ajudar os meus filhos a serem crianças durante o maior espaço de tempo possível… Quem me dera a mim ter tido essa sorte! Não há pressa em crescer… Não h

Hoje sinto-me... Negra!

Tenho dores… Acho que vou ter de ir ao médico… Com muita pena minha, dado que não me apetece nada… Não outra vez… Sinto-me em baixo de forma… Sempre que estou doente, ou com qualquer coisita, fico muito em baixo… O meu corpo diz-me que não estou a tratá-lo muito bem… A cabeça impede-me de dormir. E sem dormir não consigo regenerar-me… É assim que apanho qualquer vírus, bactéria ou bicharoco que passe no meu raio de alcance… Então tudo se complica na minha cabeça, enovelam-se-me os pensamentos, vejo tudo negro, túneis escuros e sem saída, emaranhados de questiúnculas embaraçam-me o cérebro, fico triste como a morte, tudo me impacienta e não me apetece senão rastejar para um buraco que me acolha de braços abertos… É assim que me sinto hoje! Por isso hoje não sou boa companhia para ninguém. Não me apetece falar! Não me apetece rir! Não me apetece mexer! Só me apetece dormir… O que é estranho, porque tive a minha oportunidade durante a noite toda e não a aproveitei devidamente… Hoje é o

Hoje estou... Acastanhada!

Às vezes penso que já tive a minha dose de amor… E pronto! Já está! Deve ter sido só isso… Provavelmente só mereço aquela dose… Provavelmente haverá pessoas destinadas ao enfartamento amoroso, e outras, como eu, destinadas a morrer de anorexia amorosa. E depois pergunto-me se haverá algum motivo para tal. E chego à conclusão de que não sei. Talvez nunca venha a saber. Talvez eu seja muito exigente… Talvez eu tenha deixado escapar alguma oportunidade mais ou menos oculta que me tenha aparecido… Talvez eu não tenha estado atenta, ou suficientemente atenta… Talvez eu deva abrir mais os olhos, não vá perder alguma outra potencial oportunidade… Talvez eu esteja blindada a novas oportunidades amorosas… Talvez elas nunca tenham existido (sem contar com a minha capacidade imaginativa, claro!)… Talvez eu não queira… Talvez eu recuse inconscientemente ou desvalorize qualquer eventual oportunidade… Talvez eu não me esforce o suficiente… Talvez eu tenha medo… Talvez eu meta medo… Talvez todas a

Hoje sinto-me... Amarela!

Não gosto de estar doente! Acho que ninguém gosta, bem vistas as coisas, mas há pessoas que têm uma resistência maior à ideia de estarem fragilizadas… Eu sou uma dessas pessoas! Odeio a ideia de estar doente! Detesto ir a médicos! Não consigo sentir-me doente, com febre, com dores, com alergias, com seja lá o que for que me derrube e me atire para uma cama (bem, nem tudo!)… Posto isto, resisto até à última antes de me decidir a ir finalmente ao médico! O que faz com que deixe arrastar determinadas situações até pontos de “ quase-não-retorno ”, ou seja, situações que poderiam ter sido resolvidas muito antes acabam por tomar proporções mais difíceis de gerir… Sim, sei que a culpa é inteiramente minha, por isso anuncio sempre que “ não tentem isto em casa ”… Um destes dias vou apanhar um susto daqueles! Mas será que tenho emenda? Hum… Não me parece! Nunca me lembro de ter ido ao médico por causa de uma constipação… “ É uma simples constipação, sim, espirro e tusso, mas é isso que caracter

Hoje estou... Cinzenta!

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Quarta-feira de cinzas… Só o nome diz quase tudo… Arrasto-me ao levantar… Arrasto-me para o banho… Arrasto-me para tratar dos meus gatinhos… Arrasto-me para o pequeno-almoço… Finalmente começo a acordar… Sim, o Carnaval acabou… No verdadeiro sentido da palavra: acabou mesmo… Provavelmente para sempre! Ontem tivemos de trabalhar, a comprovar que a tradição já não é o que era… Para tirar partido de uma situação “diferente”, combinámos vir mascarados, ou pelo menos com algum disfarce que nos permitisse de algum modo tirar partido de um dia atípico. Não aprecio o Carnaval nem os rituais que lhe estão habitualmente associados, detesto as brincadeiras que envolvam ovos, farinha, água e afins… Também não gosto de ver as pessoas praticamente despidas com um frio de rachar, dançando como se estivessem no Brasil ou no pino do Verão… Acho patético, na verdade… Também nunca tive necessidade de me esconder atrás de máscaras falsas para assumir esta ou aquela personalidade, até porque faço isso no

Hoje estou... Verde Esperança!

Os teus olhos amaciam-se quando me olham… Assumem um toque aveludado que me derrete por dentro, e me faz pestanejar várias vezes até assumir o controlo de mim mesma de novo. Ou então, provavelmente, sou eu que imagino tudo isto, e não passa de mais uma fantasia das minhas… Sabes, contigo nunca sei… Não consigo ler-te, o que muito me aborrece… Dir-se-ia que perdi a prática da “leitura” dos olhos, ou então habituei-me de tal maneira a viver no corpo de outra pessoa que imagino tudo o que na realidade me acontece… Deixas-me confusa… Não gosto de me sentir assim… Sou mais simples do que tudo isso… Gostaria que fosses mais simples do que tudo isso… Na verdade não sei o que pensar. Também não sei o que pensas… Nem sei sequer se será importante… Estranha relação esta que não o é… Às vezes apetece-me agarrar-te, tocar-te, abanar-te e perguntar-te diretamente o que sentes, o que queres, o que pretendes… Ou o que posso fazer por ti, por mim, por nós… Mas não há nós, por isso nada faço… Outras ve

Hoje estou... Verde Limão!

Ontem fizeste anos! Já és um rapaz da minha idade… Sorrio sempre perante a lembrança daquela pergunta da Jodi, há muitos anos atrás: -      Dating older women? Wow … - ela parecia genuinamente escandalizada perante a nossa alucinante diferença de idades: 6 meses… Na altura eu sorri, mas não achei piada nenhuma… Sei que tu também não ficaste exatamente orgulhoso… Afinal qual é o homem que não gosta de ser o mais velho, mais responsável, “o mais” qualquer coisa indefinível… Ficámos com essa pedrinha no coração… Uma a mais, a juntar a todas as outras, pedrinhas que eu fui colecionando lentamente para “construir” o meu castelo… Lembro-me sempre que fazes anos. É algo que não consigo evitar. Talvez por termos terminado sem exatamente terminar, talvez por tanto ter ficado por dizer, tanta coisa que ficou por fazer… Tu partiste para longe, para demasiado longe para que eu pudesse participar… Foste iniciar uma etapa da tua vida de que eu não fazia parte, nunca faria parte… Foste literalment

Hoje sinto-me... Simplesmente Colorida!

Um dia... Um dia Vou dar-te uma alegria... Vou fazer-te uma magia E deixar-te a pensar... Um dia Satisfaço a fantasia De escrever a poesia Que te vou dedicar... Um dia Vou fazer-te companhia Toda a noite e todo o dia Até que te possas fartar... Um dia Vou dizer-te o que queria Vou mostrar-te que sabia O que significa amar... E um dia A minha feitiçaria Vai romper a apatia Que vejo no teu olhar... Sim, um dia Vou mostrar que a simpatia Não é uma bruxaria, Mas o desejo de dar... E tu, ainda um dia, Como que por ironia, Como quem acaricia, Vais-me fazer sonhar... 

Hoje sinto-me... Vermelha!

Apetece-me abraçar-te… Inspiras-me muito carinho e vontade de fazer festas, parece que tens uma certa aura de desamparo que pede mimos… Ou então será imaginação minha… Sim, admito que possa ser. Tendo a ver as coisas numa perspetiva muito minha, muito construída por imagens que, provavelmente, nem sequer existirão na realidade. Mas não importa, porque é essa a minha realidade, e sinto-me confortável assim. Oscilo entre ver-te desligado do mundo terreno, e profundamente conectado com ele. Isso confunde-me, mas também me atrai terrivelmente. Ainda não consigo ler-te como gostaria, por isso leio-me e interpreto-me a mim mesma na forma como te vejo… É um exercício difícil, sobretudo porque nunca sei se estarei a laborar sobre algo objetivo – o teu comportamento – ou sobre algo absolutamente subjetivo – a minha representação mental do teu comportamento. Também não sei se deverei aproximar-me ou fugir a sete pés… A intuição impele-me a aproximar, o instinto grita-me que fuja… Tudo isto é