Pinceladas e Cores

Ontem falámos sobre crianças. Há crianças em sofrimento, a passar dificuldades… E isso não se aplica apenas à comida (ou falta dela), mas a muitos mais recursos. Há pais a abandonar as famílias, deixando para trás mulher e filhos e partindo para parte incerta… Há mães que têm de vender carro e casa para poderem alimentar os filhos… Há crianças nas escolas a vender as próprias senhas de almoço para levarem algum dinheiro para casa… E, consequentemente, passam fome… As crianças nestas condições vivem aterrorizadas com o futuro… Apercebem-se das dificuldades dos pais e sentem-se impotentes para ajudar… Eu leio terror nos olhos dos meus filhos sempre que se fala do tema dinheiro… -        Mamã, tu estás sem dinheiro como a Sofia? – Sendo a Sofia alguém que eles conhecem e que está desempregada. -        Não, filhos! Esse tema não é um problema vosso, é um problema dos adultos e os adultos resolvem. Não quero que se preocupem com isso, está bem? – Mas no fundo sei que não adian

Tenho-me lembrado de ti… Não de uma forma obsessiva, como cheguei a fazê-lo em determinados momentos… Não de uma forma saudosa, porque os tempos maus superaram com vantagem qualquer bom momento que possamos ter tido… E também não de uma forma pesarosa, porque essa fase já se me foi há muito, muito tempo… A verdade é que me lembro de ti quando penso na crise… Pergunto-me como estarás a lidar com ela… Como te estará a correr a vida… E, logo a seguir, penso em como cresci em todo este tempo! Como aprendi a desenvencilhar-me das pequenas questões do quotidiano, do que ambos partilhávamos e que agora guardo para mim… E encho-me de orgulho pela missão que vou cumprindo, enquanto me toldo por ter de o fazer sozinha… Não me queixo da solidão… Sigo a regra do “mais vale só”… Mas às vezes apetecia-me ter alguém para partilhar o sofá… Para me enroscar quando me viro na cama… Para cuidar de mim quando estou doente… Para eu cuidar só porque gosto… Para me mimar… Para eu mimar…

Gosto de melros! Todos os dias posso observar alguns deles e delicio-me com o que fazem. Além dos revoluteios, habituais nas aves, emitem uns pios peculiares e agradáveis… Às vezes imagino que me chamam, fazendo uma espécie de “ pssst ” muito engraçado. Hoje fui ‘acompanhada’ por dois, que saltitavam na minha frente, sem medo e alegremente… Pareceu-me entrever um interesse romântico em algum deles (um pelo outro, obviamente), mas rapidamente se afastaram e a promessa de amor ficou-se por ali… Pelo menos que eu visse… Mas, continuando a minha observação, descobri outro exemplar da mesma espécie um pouco mais adiante, e foi esse que despertou maior interesse por parte de um dos meus novos ‘companheiros’ de viagem… Talvez um piar mais sincero, um bico mais alaranjado, ou uma cauda mais levantada, quem sabe… Aquele quê mágico que não conseguimos definir, mas que faz toda a diferença entre este e aquele… Ou talvez, quem sabe, um ninho mais sólido, que ofereça mais garantias à con

“A felicidade é um caminho que se percorre de pequenino”… É este o mote da publicidade Chicco, um belo mote, na verdade. E, apesar de a marca não me pagar pela publicidade que lhe faço, é mais do que justo mencioná-la, já que a felicidade é uma palavra com muitas nuances e tem sido bastante explorada pelas razões mais obscuras e aparece quase sempre associada ao dinheiro… Mas 2013 vai ser diferente: em 2013 vamos aprender a dissociar completamente o dinheiro da felicidade! Vamos forçosamente descobrir como ser feliz sem dinheiro… Ou com muito pouco… Vamos redescobrir os pequenos prazeres que coisas simples e pequenas nos podem trazer… Encontrar formas diferentes e engenhosas de gastar pouco e ainda “fazer umas flores…” Ou então não! Ou seguiremos revoltados, amargurados, ansiosos e angustiados com o futuro nebuloso que se nos apresenta pela frente! Quanto a mim, decidi que não me vou amargurar… Oh, sim, já sinto bem na pele as agruras do novo ano… Ou não fosse eu um dos m